Abordagem holística no tratamento da dor crônica

Abordagem holística no tratamento da dor crônica

A dor crônica é uma condição prevalente e desafiadora que afeta uma parcela significativa da população adulta. Estima-se que milhões de pessoas convivam diariamente com dores persistentes causadas por doenças, lesões ou condições de saúde complexas.1

O tratamento eficaz dessa condição deve envolver uma abordagem holística, visando não apenas o alívio da dor, mas também a melhoria global da qualidade de vida.1

O impacto da dor crônica na vida do paciente 

A dor crônica é reconhecida como uma condição complexa e multifatorial, com repercussões significativas sobre a funcionalidade e o bem-estar dos pacientes.1 Sua persistência altera não apenas mecanismos fisiológicos, mas também interfere diretamente na esfera emocional, cognitiva e social.1

O reconhecimento da dor crônica como um diagnóstico próprio e não apenas um sintoma reflete a evolução da medicina da dor.1 Essa mudança de paradigma exige dos profissionais de saúde uma abordagem ampliada, que considere o paciente de forma integral e priorize estratégias terapêuticas personalizadas e multidisciplinares.1

O valor da abordagem holística no cuidado com a dor  

O manejo da dor crônica demanda uma abordagem que vá além da prescrição medicamentosa isolada.1 A literatura atual reforça que a combinação de estratégias farmacológicas com intervenções não farmacológicas é essencial para ampliar a efetividade do tratamento e melhorar os desfechos clínicos.2,3

Algumas intervenções, como terapia psicológica, fisioterapia, educação em saúde, técnicas de relaxamento e exercícios terapêuticos têm o objetivo de reduzir o sofrimento físico e emocional e melhorar a qualidade de vida do paciente.1 

A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das intervenções psicológicas mais estudadas no contexto da dor crônica, com evidências de eficácia na melhora dos desfechos relacionados à dor.1 Seu foco está no desenvolvimento de habilidades que ajudam o paciente a modificar padrões disfuncionais de pensamento, comportamento e emoção, promovendo maior capacidade de enfrentamento e adaptação ao quadro doloroso.1

Pregabalina no tratamento da dor crônica  

Considerando opções medicamentosas no tratamento, a pregabalina é considerada uma das principais opções de primeira linha no manejo da dor neuropática. Sua eficácia foi demonstrada em diversas condições clínicas, incluindo neuropatia diabética dolorosa, neuralgia pós-herpética e fibromialgia.1

Seu mecanismo de ação envolve a ligação à subunidade α2-δ dos canais de cálcio voltagem-dependentes nos terminais dos neurônios sensoriais, inibindo a liberação de neurotransmissores excitatórios.1

A pregabalina possui biodisponibilidade significativamente maior em comparação à gabapentina, atingindo cerca de 90%, enquanto a gabapentina varia entre 33% e 66%, sendo rapidamente absorvida, com pico de concentração em aproximadamente 1 hora. Essas características permitem o uso de doses mais baixas no tratamento da dor neuropática, contribuindo para uma menor incidência de efeitos adversos relacionados à dose.1

Modelos comparativos estimaram que, ao longo de 12 semanas de tratamento, a pregabalina pode proporcionar melhores desfechos analgésicos do que a gabapentina em pacientes com neuropatia diabética dolorosa ou neuralgia pós-herpética. Entre os resultados analisados, destacam-se o maior número de dias com dor leve ou ausente e o maior percentual de pacientes com redução de 30% a 50% na intensidade da dor.1

Além disso, por sua ação eficaz em múltiplas condições de dor neuropática e sua boa tolerabilidade, a pregabalina se consolida como uma alternativa terapêutica segura e eficiente, contribuindo não apenas para o controle da dor crônica, mas também para a redução do uso de opioides em diversos cenários clínicos.1

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Referências:

  1. VADIVELU, Nalini et al. Essentials of pain management. New York: Springer, 2011. Disponível em: https://link.springer.com/book/10.1007/978-0-387-87579-8. Acesso em: 24 abr. 2025.
    2. VERDU, Bénédicte et al. Antidepressants for the treatment of chronic pain. Drugs, v. 68, n. 18, p. 2612–2632, 2008. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.2165/0003495-200868180-00007. Acesso em 24 abr. 2025
    3. GOTTSCHALK, Allan; SMITH, David S. New concepts in acute pain therapy: preemptive analgesia. American Family Physician, v. 63, n. 10, p. 1980-1983, 2001. Disponível em: https://www.aafp.org/pubs/afp/issues/2001/0515/p1979.html. Acesso em: 24 abr. 2025.

 

BR-LYR-2025-00007 – maio/2025
BR-NON-2024-00084