Tratamento da dor na artrite e osteoartrite

Tratamento da dor na artrite e osteoartrite

A dor e a inflamação articular representam manifestações centrais em doenças musculoesqueléticas, como a artrite reumatoide (AR) e a osteoartrite (OA), impactando diretamente a funcionalidade, a autonomia e a qualidade de vida dos pacientes.1,2

O manejo sintomático da artrite reumatoide e da osteoartrite tem como prioridade clínica o alívio da dor, frequentemente responsável pela primeira queixa do paciente e motivadora da conduta terapêutica inicial.3

Entre as opções terapêuticas utilizadas no tratamento dessas condições, destaca-se o uso dos AINEs (antiinflamatórios não esteroidais), medicamento cuja ação anti-inflamatória seletiva tem sido aplicada de forma segura e eficaz.4

Prevalência elevada e dor persistente em AR e OA

A osteoartrite (OA) impõe impacto clínico direto, com mais de 300 milhões de pessoas afetadas globalmente. A progressão da dor e da limitação funcional é observada em articulações de impacto, como joelhos, quadris e mãos, tornando-se uma das principais causas de comprometimento da mobilidade e da independência em idosos.2 

A artrite reumatoide (AR) apresenta incidência crescente com a idade e alcança até 89 novos casos por 100.000 pessoas ao ano entre 65 e 74 anos. Nessa mesma faixa etária, o risco de perda funcional é acentuado. Em análises globais, a AR ocupa a 42ª posição entre 291 condições mais incapacitantes, refletindo sua relevância clínica e comprometimento sobre a qualidade de vida.3

Apesar das estratégias terapêuticas disponíveis, o controle da dor e da inflamação permanece inadequado em um número expressivo de pacientes. Em OA, há relatos de sintomas persistentes mesmo após intervenções estabelecidas, o que evidencia a necessidade de ampliar as opções terapêuticas e ajustar as condutas de forma individualizada.2

Evidências clínicas e critérios para escolha terapêutica  

A definição da abordagem terapêutica deve ir além da intensidade da dor, incorporando uma avaliação abrangente do estado clínico do paciente, incluindo a presença de comorbidades, histórico médico, risco de efeitos adversos e aspectos relacionados ao acesso ao tratamento.2 

Sempre que possível, deve-se priorizar intervenções com menor exposição sistêmica e toxicidade, individualizando a conduta conforme as características e necessidades de cada caso.2

Tomada de decisão no manejo da dor inflamatória

Diante da complexidade clínica envolvida no manejo da dor inflamatória, sobretudo em casos que exigem atenção prolongada e envolvem pacientes com múltiplas comorbidades, a escolha do tratamento deve priorizar a segurança e a redução de riscos para pacientes.4

Assim, são necessários estudos capazes de investigar a segurança cardiovascular e renal dos medicamentos disponíveis para o tratamento de AR e OA.4

Estudo PRECISION

O estudo PRECISION - um dos maiores ensaios clínicos randomizados sobre AINEs (anti-inflamatórios não esteroidais) - avaliou pacientes que necessitavam de AINEs para o tratamento de osteoartrite ou artrite reumatoide e apresentavam risco cardiovascular aumentado. Cerca de 24 mil pacientes foram acompanhados por mais de 34 meses.4,5 

Os pacientes foram escolhidos, aleatoriamente, para receber tratamentos seletivos e não seletivos para a COX-2. O objetivo era avaliar a ação das classes de tratamentos em relação ao desfecho composto primário de morte cardiovascular (incluindo morte hemorrágica), infarto do miocárdio não fatal ou acidente vascular cerebral não fatal.4

Resultados do estudo PRECISION

O estudo PRECISION demonstrou superioridade em anti-inflamatórios não esteroidais inibidores seletivos da COX-2 em desfechos cardiovasculares e renais, em comparação ao ibuprofeno e naproxeno. Assim, favorecendo a escolha para pacientes idosos e com comorbidades em tratamentos prolongados.4,5

Os resultados mostraram, ainda, que pacientes em tratamento com AINEs não seletivos para COX-2, como naproxeno e ibuprofeno, tiveram eventos cardiovasculares numericamente maiores em comparação ao seletivo para COX-2.4

Os dados do estudo oferecem suporte consistente a sua utilização em cenários que exigem maior vigilância quanto à segurança terapêutica.4,5 

Contudo, a escolha do tratamento deve seguir critérios clínicos rigorosos, com individualização da conduta, uso da menor dose efetiva e duração restrita ao necessário para controle sintomático adequado.4

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Referências:

  1. COMBE, B. et al. 2016 update of the EULAR recommendations for the management of early arthritis. Annals of the Rheumatic Diseases, v. 76, p. 948–959, 2017. DOI: 10.1136/annrheumdis-2016-210602.
  2. KOLASINSKI, S. L. et al. 2019 American College of Rheumatology guideline for the management of osteoarthritis of the hand, hip, and knee. Arthritis Care & Research (Hoboken), v. 72, n. 2, p. 149–162, 2020. DOI: 10.1002/acr.24131.
  3. KRASSELT, M.; BAERWALD, C. Celecoxib for the treatment of musculoskeletal arthritis. Expert Opinion on Pharmacotherapy, v. 20, n. 14, p. 1689–1702, 2019. DOI: 10.1080/14656566.2019.1645123
  4. KOBAYASHI, C. B. C.; KOBAYASHI, R.; ANDRAUS, W. Opiniões, ideias e práticas dos próprios autores para elaboração do material “Revisão do artigo: ‘Cardiovascular Safety of Celecoxib, Naproxen, or Ibuprofen for Arthritis’”. Dez. 2024.
  5. NISSEN, S. E. et al. Cardiovascular safety of celecoxib, naproxen, or ibuprofen for arthritis. The New England Journal of Medicine, v. 375, n. 26, p. 2519–2529, 2016. DOI: 10.1056/NEJMoa1611593.
  6. CHEUNG, R. et al. Analgesic efficacy of celecoxib in postoperative oral surgery pain: A single-dose, two-center, randomized, double-blind, active- and placebo-controlled study. Clinical Therapeutics, v. 29, n.11, p. 2498–2510, 2007.

 


BR-CELB-2025-00008 – JUNHO/2025

BR-NON-2024-00084