Atividade do ácido tióctico (alfa-lipóico) no tratamento das neuropatias diabéticas

Como o ácido alfa-lipóico (ácido tióctico) pode ser superior no tratamento da polineuropatia diabética

O Ácido Tióctico na Regressão da Polineuropatia Diabética

30% dos diabéticos do mundo sofrem de Neuropatia Diabética (ND) na sua forma mais comum, a Neuropatia Periférica Sensório-motora Diabética (NPSD), ou neuropatia periférica diabética (NPD).1,3

Com apresentações heterogêneas, é uma complicação precoce, marcada por dor profunda com característica de queimação, sensações elétricas ou de pontada, parestesia ou hiperestesia agudas ou crônicas.3

As ND são definidas pela presença de sintomas ou sinais de disfunção dos nervos em pessoas com diabetes mellitus (DM), após exclusão de outras causas. Estima-se que a NPD ocorra em 29% dos pacientes com DM1 e em 35% dos com DM2, sendo assim a mais estudada.1-3

Neuropatias Diabéticas são doenças furtivas  

As neuropatias diabéticas são complicações do DM frequentemente subdiagnosticadas e subtratadas. Metade dos indivíduos permanecem assintomáticos por anos, o que não significa ausência de sinais.1 Como é uma doença neurodegenerativa, a detecção precoce é fundamental para reduzir sequelas, como pé diabético.2,4

O impacto negativo na funcionalidade dos pacientes pode levar à comorbidades, como insônia, depressão e perda sensorial. A dor das NDs piora com o repouso e melhora com exercícios físicos, logo esforços para diminuir a obesidade melhoram a qualidade de vida.2

Tratamento tradicional das neuropatias diabéticas  

Uma vez estabelecida, a NPD é geralmente irreversível. Utilizando-se de hábitos saudáveis e medidas paliativas, os tratamentos de base visam retardar a progressão da doença e prevenir complicações como artropatias, quedas, cuidados com pé diabético e úlceras crônicas de membros, além de reduzir a dor por meio do uso de medicamentos.2,3

1 - Modificações no estilo de vida

As mudanças no estilo de vida são importantes aliadas no tratamento das polineuropatias diabéticas. Os objetivos incluem alcançar um peso corporal normal, atingir metas glicêmicas, de pressão arterial e lipídicas individualizadas.1

Realizar cerca de 150 minutos de atividade aeróbica e sessões de treinamento resistido semanalmente trazem resultados produtivos e podem ser adotadas.3 Além disso, hábitos de tabagismo e etilismo devem ser eliminados, a fim de minimizar os riscos ao paciente.3

2 – Manejo farmacológico da dor

Diferentes tratamentos farmacológicos para NPD foram aprovados pela FDA (Food and Drug Administration). Os medicamentos visam o sintoma, mas não alteram a história natural da neuropatia.5

Anticonvulsivantes (gabapentina, pregabalina), antidepressivos tricíclicos (amitriptilina), ISRN (duloxetina, desvenlafaxina), opióides (tramadol, tapentadol) e tópicos (capsaicina) estão preconizados para polineuropatia diabética.3,5

A remissão da dor geralmente exige doses mais altas desses medicamentos, que muitas vezes não são toleradas ou incidem maiores efeitos adversos.5

Tratamento restaurador e recuperação com Ácido Tióctico  

Embora não completamente elucidada, a patogênese da NPD se justifica por lesões de isquemia de perfusão em diabéticos, especialmente quando os nervos distais do sistema nervoso periférico (SNP) são afetados. Pensando nisso, são feitas tentativas de reperfusão do sangue para recuperação da função neural e a funcionalidade do paciente.2,3

Baseado em evidências atualizadas e comprovadas, o tratamento restaurador compreende três pilares: fisioterapia, ácido alfa-lipóico (AAL) e reposição de vitamina D e B-12.3

Neste cenário, o AAL demonstrou efeitos positivos na homeostase redox, um delicado equilíbrio entre espécies reativas de oxigênio e ação antioxidante endógena.3,5

Associado à melhora da dor, o AAL, também conhecido como ácido tióctico, é recomendado para uso de longo prazo.6

Eficiência comprovada: única molécula com o poder de regressão 

Sabe-se que a neuropatia dolorosa provém principalmente da incapacidade de compensação sanguínea por nervos e fibras do SNP, devido ao número reduzido de arteríolas penetrantes.3

A partir disso, quando o stress oxidativo é instalado, o AAL age sendo um potente antioxidante direto e indireto, melhorando a vasodilatação e a microcirculação em pacientes com polineuropatia diabética. Assim, efeitos neuroprotetores se justificam por:

  • redução do estresse oxidativo
  • melhora da microcirculação local
  • melhora na condução nervosa distal
  • otimização da força muscular
  • estabilização do déficit neuropático3-6

Por outro caminho, o AAL atua como agente mimético da insulina, aumentando a captação de glicose e influenciando a biogênese mitocondrial. Voluntários demonstraram redução da resistência e regulação da secreção de insulina. Além disso, o AAL parece reduzir o colesterol total e os triglicérides, sugerindo ajuda no tratamento de dislipidemias.4,6

Até os dias de hoje, nenhuma outra molécula demonstrou propriedades semelhantes no tratamento de recuperação para polineuropatia diabética.2,3,5

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Referências:

  1. Rolim L, Thyssen P, Flumignan R, andrade D, Dib S, Bertoluci M. Diagnóstico e tratamento da neuropatia periférica diabética. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes (2023). DOI: 10.29327/557753.2022-14, ISBN: 978-85-5722-906-8.2.
  2. Ayda Asadizadeh Sadegha, Nina Lykkegaard Gehra, Nanna Brix Finnerup. A systematic review and meta-analysis of randomized controlled head-to-head trials of recommended drugs for neuropathic pain. Pain reports
  3. Hsieh, R.-Y.; Huang, I.-C.; Chen, C.; Sung, J.-Y. Effects of Oral Alpha-Lipoic Acid Treatment on Diabetic Polyneuropathy: A Meta-Analysis and Systematic Review. Nutrients 2023, 15, 3634. https://doi.org/10.3390/nu15163634
  4. David G. Armstrong, Mark A. Swerdlow, Alexandria A. Armstrong, Michael S. Conte, William V. Padula, Sicco A. Bus. Five year mortality and direct costs of care for people with diabetic foot complications are comparable to cancer. Armstrong et al. Journal of Foot and Ankle Research (2020) 13:16 https://doi.org/10.1186/s13047-020-00383-2
  5. Pop-Busui R, Ang L, Boulton AJM, Feldman EL, Marcus RL, Mizokami-Stout K, Singleton JR, Ziegler D. Diagnosis and Treatment of Painful Diabetic Peripheral Neuropathy. Arlington (VA): American Diabetes Association; 2022 Feb. PMID: 35544662.
  6. Capece, U.; Moffa, S.; Improta, I.; Di Giuseppe, G.; Nista, E.C.; Cefalo, C.M.A.; Cinti, F.; Pontecorvi, A.; Gasbarrini, A.; Giaccari, A.; et al. Alpha-Lipoic Acid and Glucose Metabolism: A Comprehensive Update on Biochemical and Therapeutic Features. Nutrients 2023, 15, 18. https://doi.org/10.3390/nu15010018

 

BR-THIO-2025-00003 
BR-NON-2024-00084