Glaucoma e diabetes: como o manejo integrado pode preservar a visão

Conteúdo científico sobre os efeitos do diabetes no glaucoma e as principais opções terapêuticas para proteção da visão.

Diabetes e glaucoma: como o manejo integrado pode preservar a visão

A coexistência entre o glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA) e o diabetes mellitus (DM) tem sido cada vez mais investigada, diante da possível influência mútua entre essas condições crônicas.¹ O glaucoma já figura entre as principais causas de cegueira irreversível no mundo e, quando associado ao DM, o risco de perda visual parcial ou total se torna ainda mais significativo na ausência de diagnóstico e tratamento precoces.¹

Há indícios de que o DM possa atuar como fator exacerbador do GPAA, a partir de alterações anatômicas e genéticas que aumentam a vulnerabilidade do nervo óptico.¹ Revisões sistemáticas e estudos observacionais sugerem que o diabetes está ligado a modificações estruturais oculares, como maior espessura central da córnea e alterações na região pré-laminar, que influenciam diretamente parâmetros relacionados à pressão intraocular, eixo central da fisiopatologia do glaucoma. Condições vasculares associadas ao diabetes, como rigidez arterial e oclusão venosa retiniana, também reforçam o risco de desenvolvimento do glaucoma.¹

Nesse contexto, ganha relevância o manejo integrado, que abrange desde o diagnóstico precoce até o papel de terapias como a latanoprosta na preservação da visão.

Pressão intraocular, diabetes e latanoprosta no glaucoma 

No glaucoma de ângulo aberto, a pressão intraocular é o único fator de risco tratável. Ensaios clínicos mostram que sua redução sustentada retarda a progressão da doença, reforçando o papel central da terapia hipotensora ocular. O tratamento farmacológico, portanto, constitui a principal abordagem para limitar a evolução da doença e preservar a função visual a longo prazo.2 

O impacto do diabetes na evolução do glaucoma reforça a importância do acompanhamento rotineiro em pacientes diabéticos, cada vez mais facilitado pela telemedicina. Essa prática ajuda a reduzir o risco de perda visual e valoriza o cuidado integrado entre as duas condições.³

Entre as opções terapêuticas, os análogos de prostaglandina seguem em destaque, com a latanoprosta entre os mais utilizados no manejo do glaucoma.⁴

Adesão e segurança a longo prazo da latanoprosta

Recomendada como tratamento de primeira linha pelas diretrizes da Sociedade Europeia de Glaucoma, a latanoprosta, análogo da prostaglandina F2α, reúne eficácia comprovada na redução da pressão intraocular (PIO) com perfil favorável de tolerabilidade, administração em dose única diária e ausência de efeitos colaterais sistêmicos relevantes.⁴

O efeito hipotensor ocular resulta principalmente do aumento do fluxo uveoscleral, mecanismo fundamental para o controle da PIO e para o retardo da progressão do glaucoma. Com mais de 15 anos de utilização clínica, a latanoprosta se apoia em ampla experiência acumulada, o que reforça sua relevância contínua no manejo da doença.⁴

Mecanismo e perfil do maleato de timolol no glaucoma

Em determinados pacientes, o controle da pressão intraocular pode não ser totalmente alcançado apenas com betabloqueadores tópicos. Nesses casos, a associação de latanoprosta + maleato de timolol representam uma alternativa relevante.⁵

Essa combinação é indicada para pacientes com glaucoma de ângulo aberto ou hipertensão ocular que apresentam resposta insuficiente ao uso isolado de betabloqueadores tópicos, ampliando o espectro terapêutico e favorecendo melhores resultados no manejo da doença.⁵

O maleato de timolol é um bloqueador dos receptores beta-1 e beta-2 adrenérgicos, sem atividade simpatomimética intrínseca relevante, sem efeito depressor direto sobre o miocárdio e sem atividade anestésica local.⁵

Sua ação reduz a pressão intraocular elevada e normal, embora demande cautela em virtude dos efeitos sistêmicos característicos dos betabloqueadores, com possíveis repercussões sobre as funções cardiovascular, respiratória e metabólica.⁵

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Referências:

  1. ANDRADE, Marcelo Caetano Hortegal et al. Glaucoma primário de ângulo aberto e diabetes mellitus: uma revisão sistemática de aspectos anatômicos e genéticos. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 3, n.6, p. 19510-19522, nov./dez. 2020. DOI: 10.34119/bjhrv3n6-330.
  2. DISTELHORST, James S.; DISTELHORST,, Grady M. Open-Angle Glaucoma. American Family Physician, v. 67, n.9, p. 1937-1944, 2003. Disponível em: https://www.aafp.org/pubs/afp/issues/2003/0501/p1937.html. Acesso em: 14 ago. 2025.
  3. SONG, Brian J.; AIELLO, Lloyd Paul; PASQUALE, Louis R. Presence and risk factors for glaucoma in patients with diabetes. Current Diabetes Reports, v. 16, n. 124, dez. 2016. DOI: 10.1007/s11892-016-0815-6. Disponível em: https://europepmc.org/article/MED/27766584. Acesso em: 14 ago. 2025.
  4. ALM, Albert. Latanoprost in the treatment of glaucoma. Clinical Ophthalmology, v. 8, p. 1967-1985, 2014. DOI: https://doi.org/10.2147/OPTH.S59162. Disponível em: https://www.dovepress.com/latanoprost-in-thetreatment-of-glaucoma-peer-reviewed-fulltext-article-OPTH. Acesso em: 14 ago. 2025.
  5. Xalacom® (latanoprosta + maleato de timolol): Bula do Profissional de Saúde. Viatris Farmacêutica do Brasil Ltda. 2025.

 

 

 


BR-XALA-2025-00009 - set/2025
BR-NON-2024-00084