Glaucoma e pressão intraocular no manejo clínico

Informações clínicas sobre manejo do glaucoma com ênfase no controle da pressão intraocular e no uso de terapias indicadas.

Glaucoma e pressão intraocular no manejo clínico

O glaucoma segue entre as principais causas de cegueira global, com prevalência crescente e projeções que indicam um aumento de 112 milhões de casos nas próximas décadas. A distribuição da doença varia conforme a etnia, com maior prevalência do glaucoma de ângulo aberto (GAA) em populações negras e do glaucoma de ângulo fechado em populações do leste asiático.1

Entre os fatores de risco para o desenvolvimento do GAA, a pressão intraocular (PIO) elevada se destaca ao lado da idade avançada, histórico familiar da doença, pseudoexfoliação, hemorragia do disco e miopia.1

O tratamento do glaucoma pode ser medicamentoso ou cirúrgico, ambos com o objetivo de reduzir a PIO e, consequentemente, diminuir o risco de perda visual.²

Dentro desse cenário, os análogos da prostaglandina se destacam por sua eficácia e segurança na redução daPIO, sendo considerados a terapia de primeira linha no glaucoma de ângulo aberto.²

Na sequência, vamos aprofundar o papel dessa classe terapêutica e sua relevância para o manejo da condição.

Opções terapêuticas para o glaucoma 

O tratamento farmacológico tópico constitui, em geral, a primeira linha terapêutica, com destaque para os análogos de prostaglandinas e, quando utilizados de forma contínua, contribuem para prevenir a progressão do glaucoma.²

Esse controle pressórico efetivo, por sua vez, reduz o risco de cegueira, aspecto particularmente relevante diante do fato de que muitos pacientes só recebem o diagnóstico em estágios mais avançados da doença.²

Nesse contexto, é relevante considerar as diferentes alternativas terapêuticas disponíveis dentro dessa classe, que podem ser incorporadas ao manejo conforme as necessidades clínicas. A seguir, apresentamos uma opção em monoterapia e outra em associação fixa, ambas presentes na prática oftalmológica: latanoprosta e latanoprosta + maleato de timolol.

Perfil e aplicação clínica de latanoprosta

Indicada para a redução da pressão intraocular (PIO) em pacientes com glaucoma de ângulo aberto e hipertensão ocular, a latanoprosta é um análogo da prostaglandina F2α que atua como agonista seletivo do receptor prostanoide FP, promovendo aumento da drenagem do humor aquoso principalmente pela via uveoescleral e pela malha trabecular.³

A ação se inicia entre 3 e 4 horas após a administração, alcança seu efeito máximo entre 8 e 12 horas e permanece por, pelo menos, 24 horas. Pode ser utilizada em adultos e em pacientes pediátricos a partir de 1 ano de idade, conforme avaliação médica.³

Perfil e aplicação clínica de latanoprosta + maleato de timolol

A combinação de latanoprosta e maleato de timolol associa dois fármacos com mecanismos de ação distintos e complementares, indicados para o controle da pressão intraocular em casos de glaucoma de ângulo aberto ou hipertensão ocular nos quais a resposta à monoterapia com betabloqueadores tópicos tenha sido insuficiente.4

O maleato de timolol é um agente bloqueador do receptor beta-1 e beta-2 adrenérgicos (não seletivo) que não apresenta significativa atividade simpatomimética intrínseca, depressora miocárdica direta ou atividade anestésica local.4

Após administração tópica, o maleato de timolol atinge concentração máxima no humor aquoso em cerca de 1 hora. Uma fração é absorvida sistemicamente, alcançando pico plasmático em 10 a 20 minutos, com meia-vida de aproximadamente 6 horas.4

O uso contínuo da medicação é essencial para reduzir a pressão intraocular e estabilizar o glaucoma, independentemente da classe prescrita. A escolha do fármaco, da combinação e da posologia deve ser individualizada, e a orientação clara sobre a gravidade e a evolução da doença sem tratamento adequado é determinante para assegurar adesão e resultados eficazes, reforçando a importância do acompanhamento adequado.²

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Referências:

  1. EUROPEAN GLAUCOMA SOCIETY. Terminologia e diretrizes para glaucoma - 5ª ed. 2021.
  2. ROCHA, I. C. et al. Tratamento farmacológico do glaucoma crônico de ângulo aberto. Cadernos de Medicina, v. 2, n. 3, p. 117-126, 2019. Editora Unifeso. Disponível em: https://revista.unifeso.edu.br/index.php/cadernosdemedicinaunifeso/article/view/1653/0. Acesso em: 8 ago. 2025.
  3. VIATRIS. Xalatan® (latanaprosta) - Bula do Profissional de Saúde. Viatris Farmacêutica do Brasil Ltda. 2025.
  4. VIATRIS. Xalacom® (latanaprosta + timolol) - Bula do Profissional de Saúde. Viatris Farmacêutica do Brasil Ltda. 2025.

 

 

 


BR-XALA-2025-00008 - set/2025
BR-NON-2024-00084