Eplerenona no manejo da insuficiência cardíaca

Estudos clínicos demonstraram reduções significativas na mortalidade e hospitalizações com o uso de Eplerenona, entenda os resultados.

 

Manejo da insuficiência cardíaca com Eplerenona

O papel dos ARM da insuficiência cardíaca

A busca por tratamentos que diminuam a morbidade e a mortalidade da insuficiência cardíaca é constante. Os Antagonistas de Receptores de Mineralocorticoides (ARM) se destacaram nesse cenário, especialmente após o estudo RALES, que mostrou que a espironolactona reduziu em 30% a mortalidade de pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida NYHA III e IV.1

Posteriormente, o estudo EPHESUS avaliou a eplerenona em pacientes com problemas cardíacos devido a disfunção sistólica complicando a insuficiência cardíaca aguda após infarto no miocárdio. Resultados mostraram uma redução significativa de 15% na mortalidade por todas as causas (14,4% nos pacientes que receberam eplerenona, comparado a 16,7% no grupo placebo). Além disso, foi observada uma redução de 13% nas taxas combinadas de morte cardiovascular ou hospitalizações (26,7% versus 30% no grupo placebo) 2. A taxa de eventos adversos foi de 18,3% no grupo Eplerenona versus 25,9% no grupo placebo. 2

 

Durante um acompanhamento médio de 16 meses, houve 478 mortes no grupo da eplerenona 554 mortes no grupo placebo (risco relativo, 0,85; intervalo de confiança de 95 por cento, 0,75 a 0,96; P=0,008). 2

Além disso, a eplerenona apresentou taxas similares de eventos adversos hormonais, como ginecomastia e impotência, em comparação com o grupo placebo. Em particular, a incidência desses efeitos colaterais, como a ginecomastia, foi semelhante entre os homens de ambos os grupos: apenas 10 pacientes relataram ginecomastia no grupo da eplerenona, em comparação com 14 no grupo placebo. Isso demonstra que o uso da eplerenona não resultou em um aumento significativo de efeitos adversos hormonais, reforçando seu perfil de segurança nesse aspecto.2

O estudo EMPHASIS-HF investigou a eplerenona em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida classe NYHA II, mas com alto risco de complicações. Ao longo de quatro anos, com mediana de seguimento de 21 meses, 2.737 pacientes foram acompanhados.3

O desfecho primário combinou morte por causas cardiovasculares e hospitalização por insuficiência cardíaca, e houve uma redução de 37% no risco desses eventos no grupo que usou eplerenona (18,3% no grupo eplerenona contra 25,9% no placebo).3

Nos desfechos secundários, a eplerenona reduziu as mortes por qualquer causa em 24% e as hospitalizações por insuficiência cardíaca em 42%. Também houve uma redução de 23% nas hospitalizações totais por qualquer causa. 3

 

 

 

Segurança e efeitos colaterais

Embora tenha havido um leve aumento no risco de hipercalemia (níveis elevados de potássio), os casos graves foram raros, destacando a segurança do uso da eplerenona. 3 

Um nível sérico de potássio acima de 5,5 mmol por litro foi relatado em 158 de 1336 pacientes (11,8%) no grupo eplerenona e 96 de 1340 pacientes (7,2%) no grupo placebo. 3

Por outro lado, o estudo mostrou que os efeitos colaterais, como ginecomastia* e outras doenças mamárias foram semelhantes ao placebo, um ponto importante para a aderência ao tratamento.

 

Os estudos RALES1, EPHESUS2 e EMPHASIS-HF3 confirmaram a importância dos antagonistas mineralocorticoide no manejo da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida. Além da eficácia, a eplerenona não apresenta os efeitos colaterais como outros medicamentos, oferecendo novas esperanças para os pacientes.3

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* Pacientes que receberam pelo menos uma dose do medicamento do estudo foram incluídos na análise de segurança. Os valores de p foram calculados com base no número de pacientes.


Referências:

1. Pitt B, Zannad F, Remme WJ, et al. The effect of spironolactone on morbidity and mortality in  patients with severe heart failure. Randomized Aldactone Evaluation Study Investigators. N Engl J Med. 1999 Sep 2;341(10):709-17.
2. Pitt B, Remme W, Zannad F, et al.; Eplerenone, a selective aldosterone blocker, in patients with ventricular dysfunction after myocardial infarction. N Engl J Med. 2003 Apr 3;348 (14):1309-21. Erratum in: N Engl J Med. 2003 May 29;348(22):2271.
3. Zannad F, Mc Murruay JJ, Krum H et al,; EMPHASIS-HF Study Group. Eplerenone in patients with systolic heart failure and mils symptoms. NEngl J med. 2011 Jan 6;364(1):11-21.
4. Bula de Inspra® (eplerenona): Viatris, 2024. Disponível em: https://www.viatris.com.br/-/media/project/common/viatriscombr/pdf/leaflets_legacy_myl_brazil/inspra_inscor_04_bula-profissional.pdf Acesso em 08.10.2024.

 

BR-INSP-2024-00053
BR-NON-2024-00084