Perspectivas do tratamento do TDM com antidepressivos duais
Perspectivas do tratamento do TDM com antidepressivos duais
O Transtorno Depressivo Maior (TDM) continua sendo um desafio significativo na prática clínica, com alta prevalência global, persistindo nas últimas três décadas, apesar das opções terapêuticas disponíveis.1
A interrupção do tratamento é um problema recorrente, influenciado pela falta de compreensão da heterogeneidade da depressão, bem como pelas características individuais dos pacientes, o que leva a uma alta taxa de descontinuação.2
Além disso, o estigma associado à saúde mental, a busca por soluções rápidas e a falta de acesso a medicamentos são barreiras significativas para o tratamento eficaz.1 É essencial que o manejo do TDM aborde esses desafios de forma holística, considerando as necessidades individuais dos pacientes.
Anedonia e Desmotivação como indicadores do TDM
A anedonia e a desmotivação são sintomas centrais e residuais do TDM, frequentemente subdiagnosticados e subtratados.2 Cerca de 70% a 75% dos pacientes com TDM apresentam esses sintomas, que são indicativos de remissão incompleta da doença.2 A presença de anedonia e desmotivação está relacionada a um pior prognóstico e ao risco de comportamento suicida, tornando crucial o seu acompanhamento durante o tratamento.2
Desmistificando as respostas variáveis ao tratamento do TDM
Apesar do avanço no desenvolvimento de antidepressivos, a resposta dos pacientes ao tratamento é muitas vezes variável. Aproximadamente metade dos pacientes não atinge a remissão completa, e os sintomas residuais persistem.1 Fatores como a propensão individual à recorrência, presença de comorbidades psiquiátricas, como transtornos de ansiedade, e a falta de seguimento do tratamento contribuem para essa variabilidade.1,2
TDM e antidepressivos de segunda geração
A hipótese monoaminérgica da depressão, que sugere uma menor disponibilidade de aminas cerebrais como serotonina, dopamina e norepinefrina, é um modelo base para explicar a biologia da depressão. Antidepressivos de segunda geração, como os ISRS (Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina) e os IRSN (Inibidores da Recaptação de Serotonina e Norepinefrina), atuam restaurando o equilíbrio desses neurotransmissores no cérebro.1 Estudos indicam que os IRSN demonstram melhores resultados em relação aos ISRS, especialmente na melhora de sintomas mais persistentes, como a fadiga e a falta de energia.2
Comportamento da Venlafaxina como ISRS e IRSN
A venlafaxina XR, um IRSN, age de forma dose-dependente. Em doses inferiores à 150mg, atua como um ISRS, aumentando a serotonina, enquanto em doses mais altas também aumenta a norepinefrina.1,2 Isso resulta em uma melhora significativa de sintomas como fadiga e comprometimento cognitivo. A venlafaxina demonstrou ter um rápido início de ação e uma boa tolerabilidade, com uma curva dose-resposta favorável, tornando-a uma excelente opção terapêutica no tratamento do TDM.2
Explore mais informações sobre Venlafaxina e demais áreas terapêuticas no Viatris Connect
Saiba mais sobre os resultados do estudo, acessando o Viatris Connect. Nossa plataforma oferece um vasto acervo de conteúdos sobre Sistema Nervoso Central : master classes, artigos científicos, webinars, estudos de casos e muito mais. Acesse agora e aprofunde seus conhecimentos!
Referências:
- FAGIOLINI, A.; CARDONER, N.; PIRILDAR, S.; ITTSAKUL, P.; NG, B.; et al. Moving from serotonin to serotonin-norepinephrine enhancement with increasing venlafaxine dose: clinical implications and strategies for a successful outcome in major depressive disorder. Expert Opinion on Pharmacotherapy, v. 24, n. 15, p. 1715–1723, 2023. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/14656566.2023.2242264. Acesso em: 10 fev. 2025.
2. MCINTYRE, R. S.; AGID, O.; BIESHEUVEL, E.; PURUSHOTTAMAHANTI, P. Effect of venlafaxine on anhedonia and amotivation in patients with major depressive disorder. CNS Spectrums, v. 29, n. 3, p. 206–214, 2024. Disponível em: https://www.cambridge.org/core/journals/cns-spectrums/article/effect-of-venlafaxine-on-anhedonia-and-amotivation-in-patients-with-major-depressive-disorder/DDDF286593841D22C5D14D3DD529A123. Acesso em: 10 fev. 2025.
BR-INSP-2024-00116 – MAIO/2025
BR-NON-2024-00084